Com o objetivo de discutir sobre igualdade de gênero, empoderamento feminino e fortalecer a rede de proteção às mulheres vítimas de violência doméstica e familiar, a Comissão da Mulher da Alepe promoveu, em Carpina (Mata Norte), a segunda audiência pública do projeto Comissão Itinerante. Na quarta (13), o colegiado se reuniu com lideranças locais na Escola Técnica Estadual Maria Eduarda Ramos de Barros.
A presidente da Comissão, deputada Delegada Gleide Ângelo (PSB), apresentou dados da Secretaria de Defesa Social de Pernambuco (SDS-PE) e do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Eles indicam que 18,6 milhões de mulheres afirmam ter passado por algum tipo de violência em 2022. Na faixa etária entre 16 e 24 anos, 33,4% das mulheres dizem sofrer violência física e/ou sexual por parte do parceiro íntimo ou ex-parceiro. O número é maior que a média mundial de 27% apontada pela Organização Mundial da Saúde.
No município de Carpina, a Polícia Civil registrou 444 boletins de ocorrência em 2022 e 299 nos nove primeiros meses deste ano. Para Gleide Ângelo, o número deve aumentar até o final de 2023, dada a ausência, na cidade, de uma delegacia especializada no combate a violência contra a mulher. A instalação do equipamento público foi um dos apelos feitos pela delegada durante o debate: “a violência do município justifica que a delegacia venha para cá o mais rápido possível”, frisou.
O primeiro secretário da Alepe, deputado Gustavo Gouveia (Solidariedade), também prestigiou o evento. Ele reforçou a necessidade da integração entre as secretarias municipais de Carpina no combate à violência contra a mulher. “É importante que a Secretaria de Educação realize programas de combate à violência dentro das escolas. E a Saúde pode, através dos agentes comunitários, por exemplo, quando entram nas casas e presenciam as mulheres com marcas de violência, aumentar a rede de apoio”, enfatizou o parlamentar.
secretária da Mulher do município, Izaura Pessoa, ressaltou o papel da pasta no enfrentamento da violência com atendimento multidisciplinar composto por psicólogos, advogados, assistentes sociais e pedagogos. “A gente não consegue adivinhar quem passa pela violência, por isso estamos indo atrás para conscientizar e mostrar que elas não estão sozinhas”, destacou.
Segundo a deputada Delegada Gleide Ângelo, a Comissão Itinerante da Mulher vai visitar as doze regiões de desenvolvimento de Pernambuco. “Precisamos fortalecer a rede de apoio dessas mulheres. Estamos ouvindo sugestões, especialmente das pessoas que trabalham diariamente no enfrentamento. Queremos criar, junto aos municípios, alternativas para que as políticas públicas funcionem de forma mais eficiente”, disse a deputada.